Biotecnologia significa aplicar conhecimentos avançados de uma ou mais áreas da Biologia para modificar produtos e processos, além de desenvolver soluções com finalidade produtiva.
Uma destas áreas é o biotratamento ou biorremediação, que consiste na aplicação de tecnologia biológica para a prevenção e recuperação do meio ambiente. O mercado mundial da biorremediação teve um crescimento bastante significativo na última década, provando ser esta uma das áreas mais promissoras da Biologia.
Devido ao seu curto ciclo reprodutivo, os micro-organismos têm como característica principal a capacidade de evoluir rapidamente.
A biorremediação se aproveita dessa propriedade para utilizar estratégias que permitem o uso de fontes de alimento mais próximas. Um exemplo prático disso é a utilização imediata de micro-organismos que já tenham sido úteis em outros locais para a degradação de um tipo específico de resíduo.
As características dos esgotos variam conforme o clima do local, além da situação socioeconômica e hábitos da população.
Problemas que esgotos não tratados podem causar
Esgotos a céu aberto provocam sérias doenças em seres humanos que ficam em contato direto com eles. Nos rios, aumentam o número de algas, reduzindo assim a quantidade de oxigênio, o que causa a mortandade de peixes. Além disso, geram poluição visual - na forma de espuma sobre a superfície dos rios -, mau cheiro, entre outros graves problemas ambientais, como a contaminação de águas subterrâneas.
Como tratar
Existem diversas formas de tratamento. As técnicas utilizadas precisam levar em conta fatores como: remoção de carga orgânica, retirada de micro-organismos patogênicos, custo de instalação, área necessária, complexidade operacional e de manutenção e os subprodutos resultantes.
Os tratamentos buscam remover os principais poluentes presentes nas águas residuárias (esgotos), tornando-as aptas a serem lançadas no corpo de água receptor.
No caso das ETEs, defeitos decorrentes do seu mau funcionamento serão resolvidos por técnicos altamente capacitados, que certamente irão adotar a biorremediação como solução para qualquer tipo de problema ocorrido.
No caso do sistema individual ou condominial, os danos precisam ser solucionados de forma muito rápida e eficaz. Mau cheiro de ralos, pias e vasos sanitários, entupimentos de caixa de gordura, problemas nas fossas e sumidouros, ou mesmo no encanamento. Para todos estes casos, a biorremediação trará resultados rápidos e seguros.
Tratamento de Efluentes
A biorremediação também é indicada para estabelecimentos e atividades que envolvem grande quantidade de pessoas ou animais. Exemplos: restaurantes, bares, hotéis, motéis, shoppings, centros comerciais, prédios, condomínios etc.
Além de propiciar saúde e bem-estar aos colaboradores e clientes, realizar o tratamento de efluentes proporciona ao estabelecimento uma imagem altamente favorável em termos de sustentabilidade e preservação ambiental.
Para isso, é necessário que ao fim do tratamento o material lançado no corpo de água receptor (mares, rios, lagos, córregos, arroios, etc.) não agrida as características que existiam previamente neste.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, um dos órgãos que compõem o Sistema Nacional do Meio Ambiente, SISNAMA, possui atribuições deliberativas em âmbito nacional. Através de sua resolução nº 357, de 17 de março de 2005, o CONAMA estabelece condições e padrões de lançamento de efluentes nos corpos de água receptores, segundo suas características primordiais. Respeitar estes padrões é o que define o licenciamento ambiental, expedido pelo órgão competente, que vai determinar o funcionamento do estabelecimento.
Tratamento Preliminar
É destinado principalmente à remoção de resíduos sólidos grosseiros em suspensão por meio de mecanismos físicos.
Tratamento Primário
Realiza a remoção de resíduos sólidos em suspensão sedimentáveis, além de sólidos flutuantes.
Também utiliza mecanismos físicos no tratamento e funciona da seguinte forma: após passar pelas unidades de tratamento preliminar, o material ainda contém sólidos em suspensão não-grosseiros, que podem ser parcialmente removidos em unidades de sedimentação. Depois de retirar uma grande parcela dos sólidos em suspensão, remove-se também parte da matéria orgânica.
As fossas sépticas se constituem também numa forma de tratamento primário. Neste caso, os sólidos sedimentáveis são removidos para o fundo, lá permanecendo por alguns meses, tempo suficiente para sua estabilização.
As fossas sépticas são bastante utilizadas para o tratamento de esgotos em áreas rurais ou conjuntos habitacionais. Devido à sua baixa eficácia na remoção de matéria orgânica, frequentemente é utilizada uma forma complementar de tratamento, que pode ser por meio de filtros anaeróbios ou através de um sistema de infiltração no solo (sumidouro e valas de filtração). O lodo que se acumula no fundo da fossa séptica deve ser removido em um intervalo entre 6 meses e 1 ano.
Tratamento Secundário
Destina-se principalmente à remoção da matéria orgânica em suspensão fina, além da matéria orgânica de sólidos dissolvidos não removida no tratamento primário.
Este tipo de tratamento pressupõe uma etapa de remoção biológica dos poluentes e busca reproduzir os fenômenos naturais de estabilização da matéria orgânica.
Nas etapas do tratamento secundário, existe a possibilidade de utilizar alguns tipos de sistemas mecanizados. Entre estes, lagoas de estabilização com aeração, filtros biológicos e lodos ativados. Outra solução, os sistemas simplificados, é constituída por lagoas de estabilização, disposição no solo e reatores anaeróbios.
Análise comparativa das vantagens e desvantagens dos principais sistemas de tratamento de esgotos.